Sunday, August 25, 2013

AURORADAS... Jornalismo cultural da terra.

Tipi e Ipueiras receberão visitas de pesquisadores durante o Cariri Cangaço 2013, diz secretário

Da Redação
Casarão do sítio Mel do Tipi onde viveu o clã da matriarca Marica Macedo
Fazenda Ipueiras do Cel. Izaías Arruda onde houve a trama de Mossoró
J. Cícero ao lado de um morador da Ipueiras e do penitente Chico Caboclo
JC ladeado pelos irmãos penitentes: Seu Chico e Geraldo Caboclo
Assessor da Secult João Silva com moradores da  Ipueiras
Sec. JC no Salgadinho com dois  Penitentes: Geraldo e Chico Caboclo
Local dos escombros da antiga residência de Marica Macedo no Tipi
Resquícios do antigo engenho pertencente ao clã de Marica Macedo
Na vila Tipi: Seu Chico Caboclo com o Sr. Elias Menezes 93 anos
Restos da antiga residência de Marica Macedo e Cazuzinha no Tipi
Restos do maquinário do antigo engenho do sítio Mel do Tipi
Local da antiga residência de Zé Cardoso e Izaías  da Ipueiras de Aurora

 Equipe da Secult-Aurora realiza visitas à zona rural com vistas  a escolher os locais históricos para a visitação técnica de pesquisadores e participantes do Cariri Cangaço deste ano

Punhal doado por Lampião
Tendo em vistas a realização de mais um Seminário Cariri Cangaço edição 2013 o secretário de cultura e turismo de Aurora  professor José Cícero, juntamente com  assessor  da pasta  João Silva  visitaram na manhã do último  sábado(24) alguns do locais históricos de Aurora que serão visitados em setembro  pela comitiva de pesquisadores do CC, oriundos de várias parte do país, inclusive do exterior a exemplo do pesquisador francês Jack di Witte e um historiador Uruguaio.
Este ano o evento abordará a palpitante história da famosa Marica Macedo do Tipi, cuja palestra ficará a cargo do seu neto residente em Brasília - 0 Dr. Vicente Landim de Macedo, autor do livro 'Marica Macedo - a brava serteneja de Aurora. Na noite do evento, ocorrerá também o lançamento de mais uma obra de Landim, desta festa abordando a formação daquele distrito.
Velha Chaminé do engenho do sítio Mel do Tipi
J.Silva no antigo cacimbão
"A intenção é realizarmos um mapeamento destes lugares, incluindo os contatos com os moradores, além da escolha do  melhor  itinerário levando-se em conta as condições de acesso, o valor histórico do lugar, bem como a menor distância para o cumprimento fiel do horário contido na programação", disse o secretário.
Os lugares escolhidos para a visitação técnica desta edição do Cariri Cangaço foram o sítio Mel nos arredores do distrito de Tipi  onde ainda existe o casarão e o antigo engenho que no passado  perteceram ao clã de Marica  Macedo. Como também o local dos escombros da antiga residência da matriarca no antigo sítio Sabonete. Ainda, um pouco mais à frente,  a famosa fazenda Ipueiras, pertecente ao coronel Isaías Arruda e Zé Cardoso, palco da trama para invasão de Mossoró, além da traição e cerco ao rei do cangaço com todo seu bando ocorrido em julho de 1927. 
No roteiro também está incluído o casarão da cultura(sede) com exposição de fotos antigas da cidade e a estação ferroviária onde ocorreu o célebre atentado/assassinato do coronel Isaías Arruda em agosto 1928.
A equipe da Seult visitou também a residência do Sr. Geraldo Caboclo, decurião do grupos dos penitentes no sítio Salgadinho e Cobra, cujo mesmo fará apresentação  durante o evento, dia 20 de setembro na cidade. Os representantes da Secult-Aurora visitaram ainda o nonagenário Elias Menezes do  Tipi e o filho do Sr. Davi Silva( antigo guia de Lampião) na Malhada Vermelha que, inclusive,  guarda consigo uma relíquia - um punhal original dado de presente ao pai pelo rei do cangaço durante a sua passagem pelo lugar.
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Da Redação do Blog de Aurora e da Seculte.
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SERVIÇO:
Seminário Cariri Cangaço 2013
Dia 20 de set. às 19 h - sessão de Aurora.
Tema: "Marica Macedo do Tipi: Sertaneja d'Aurora, matriarca do Cariri"
Palestrante convidado: Dr. Vicente Landim de Macedo (neto da matriarca)
Pres. de Honra da AFA - Residente em Brasília - DF.
Fotos e reportagem : JC
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Núcleo espírita de Aurora promove palestra sobre a obra da codificação



Cartaz de divulgação
Na noite da última sexta-feira(23), o Núcleo Espírita Maria de Nazaré (Nemame) da cidade de Aurora realizou em sua sede social, localizada no bairro Casas Populares, mais uma interessante palestra acerca da compreensão espírita. A iniciativa teve como foco central, conforme explicou o  presidente do centro,  noções  acerca do surgimento histórico  da obra da codificação através do seu pioneiro Allan Kardec. 
A explanação ficou por conta do doutrinador  do centro espírita "Bom Samaritano" do município de Crato, o professor Ádamo Brasil. Trata-se de um conhecido jovem conferencista  do movimento espírita cratense e do Cariri como um todo, disse.
Um significativo número de adeptos do kardecismo aurorense esteve participando do acontecimento doutrinário. O que agradou imensamente todos os que fazem a atual direção do Nemame local, principalmente o seu presidente o sr. Naro Macedo. 
No próximo mês, uma nova palestra estará sendo agendada, segundo informou a direção.
 Fotos e reportagem : JC
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AURORA: Aldemir Martins também se inspirou no Tema Cangaceiro

Aldemir Martins.
No blog acima também encontrei muita informação sobre vida e obra do artista vale a pena conferir.
Aldemir Martins É natural do distrito de Ingazeiras, município  de Aurora no Cariri  cearense8 de novembro de 1922(Ano de seu Nascimento) — São Paulo5 de fevereiro de 2006)(Data de sua Morte), foi um artista plástico brasileiroilustrador,pintor e escultor autodidata, de grande renome e fama no país e exterior. Foi o primeiro brasileiro a ganhar um prêmio na Bienal de Veneza
Neste link vocês poderão ler toda a biografia do artista: http://pt.wikipedia.org/wiki/Aldemir_Martins
Os trabalhos mais conhecidos do artista Aldemir Martins fazem parte de sua serie de Gatos
mas pesquisando, eu descobri, que ele possui muitos trabalhos em diferentes técnicas na temática dos cangaceiros, isso se deve ao fato de Aldemir Martins ter nascido em Aurora no estado do Ceará, portanto também é nordestino.
E como estamos trabalhando na Emei Jean Piaget, o centenário Luiz Gonzaga e tudo que envolve a cultura nordestina acredito que cairá como uma luva em nossa programação educativa para a Festa Junina, afinal nada melhor que as imagens dos cangaceiros, aqui na visão de um artista plástico cearense para trabalharmos com a educação infantil.
Neste link vocês podem encontrar muitos dos seus trabalhos:


Cangaceiro - Aldemir Martins (1969)
Técnica: Acrílica sobre tela | Dimensões (em cm): 30 x 30 | Local de exposição: Galeria M. Mizrahi, São Paulo, SP, Brasil

Aldemir Martins
Cangaceiro
40 x 30 cm
Acrílica sobre tela colada cartão
Ano: 1999

Fotos de  Aldemir Martins, Gravura Cangaço Lampião E Maria Bonita 1980

Gravura original de Aldemir Martins em papel próprio com marca d´água de 1980, numerada 087/100 e assinada, figura de Lampião e Maria Bonita. Em bom estado de conservação, a lâmina mede 64 cm. x 45 cm. e somente a imagem, 46 cm. x 30 cm.


Aldemir Martins
Cangaceiro
Serigrafia
x / 100
50 x 70 cm


Tipo : Pinturas 
Título : Cangaceiro 
Artista : Aldemir Martins 
Ano : 1952
Técnica : Nanquim sobre cartão
Dim. : 34 x 26 cm
 
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Fonte: http://drucilamilian.blogspot.com.br/2012/06/festa-junina-na-emei-jean-piaget-com.html
SERVIÇO:
CARIRI CANGAÇO - Dia 20 de set.2013 
Tema: "Marica Macedo do Tipi: Sertaneja d'Aurora, matriarca do Cariri"
Participe:
CC/ Secult-Aurora/PMA
www.seculteaurora.blogspot.com
www.cariricangaco.com
www.blogdaaurorajc.blogspot.com


O célebre atentado contra Isaías Arruda na estação do trem de Aurora - Por José Cícero


Cel. Isaías Arruda - filho de Aurora ex-pref. de M. Velha
Estação de Aurora, aqui tombou Isaías Arruda em 1928



A tarde estava cinzenta naquela Aurora pacata e provinciana de 1928. Uma enorme sensação de tranqüilidade cobria os semblantes dos viajantes, assim como o coração e o pensamento da multidão que se aglomerava na pedra da estação aguardando o trem. Uma cena comum em todas as cidades interioranas atendidas pelo velho comboio da Rede Ferroviária Cearense(RVC).


Nuvens cor de chumbo em formação pareciam prenunciar no céu daquela Aurora antiga e calma, algo diferente prestes a ocorrer: uma tragédia. Logo se constataria...

Naquela tardezinha quase insossa de sábado, dia 4 de agosto de 28 quando muitos já se esqueciam dos episódios de um ano antes, relacionados à presença do rei do cangaço na terrinha; o velho aparelho do telégrafo da RVC de novo estava prestes a receber no código morse um telegrama diferente. Um comunicado estranho; digamos que chave, para os desdobramentos do acontecimento dramático que se seguira ao fato:
Jagunços do cel. sob o comando de Zé Gonçalves. Foto de 26 Ingazeiras
- “Antonio, algodão hoje sobe!”. Eis a mensagens...
Uma missiva quase enigmática considerando que o algodão – o ouro branco d’Aurora daquele tempo, faria sempre o sentido contrário, ou seja, descia pras bandas do litoral. E o seu preço no mercado há muito era de todos conhecido.
Porém, aquela mensagem sertanejamente codificada não seria de todos estranha. Havia um destino e um desiderato certo: os paulinos com o fito de surpreender o coronel. 
Dizia muito mais do que ali estava escrito de modo lacônico... A estação de Aurora estava repleta de gente. Um acontecimento que se tornara comum deste a sua inauguração festiva, oito anos antes, isto é, em 7 de setembro de 1920.
E a cronologia do momento seguinte, logo provaria para todos que o pano de fundo era um crime. Um atentado violento à ordem e a vida em nome da vingança e da intolerância de uma região marcada pela lei do bagamarte. Uma intriga passada à limpo. E como se viu, expressa na força da violência e da ignorância em detrimento da razão e da justiça. Sinais de uma época densamente marcada pelo poder de fogo do coronelismo oligárquico, engendrado pelos mais temíveis e truculentos líderes políticos que o Cariri cearense já experimentou um dia. Um período onde a lei no mais das vezes, quando prevalecia, era a do mais forte.  Enquanto a justiça quase sempre, era feita, via de regra pelas próprias mãos, em geral, dos poderosos.
Estação de Aurora em dia dia exposição de fotos antigas
Naquele sábado, de uma tarde escura de agosto, a estação de Aurora não demoraria a ser palco de um episódio que  marcaria à história do Cariri e do Ceará para sempre como um nódoa incômoda. Vez que envolveria, aquele que foi certamente, o mais famoso e temível chefe político da região: o coronel Isaias Arruda de Figueirêdo. Filho do lugar, ex-delegado de polícia, então prefeito pela força da vizinha Missão Velha. E, de quebra, o maior dos coiteiros de Lampião no interior cearense. Um autêntico mantenedor de jagunços e hábil negociador político junto aos potentados da vizinhança, assim como os grandes da capital.
O tempo escorria tal qual o suor no rosto daquela turba de anônimos já impacientes pela delonga. O relógio do prédio apontava 14h25min quando, finalmente, todos puderam escutar o apito estridente da velha máquina a ecoar no horizonte.  Apenas Sabina, entretida demais com o seu café, não se deu conta daquele acontecido. Todos, de repente voltaram suas atenções na direção do corte-grande lá pras bandas do alto da cruz, do sito Frade. A paz da Aurora estava prestes a sofrer um abalo...
O trem da Fortaleza vinha ligeiro e enfezado beirando o rio Salgado na ânsia de chegar tão logo às terras do Crato. E chegou à Aurora. Esbaforido e com sede como se fosse um animal cansado
Enquanto exímios chapeados transportavam com pressa e sem nenhum cuidado, grandes caixotes, sacos, pacotes e outros fardos de mercadorias aos sopapos. Uns desciam para o armazém da RVC outros subiam para os vagões do trem com destino ao Crato. Animais, coisas de madeira, artesanato, aguardente, rapadura, oiticica, panelas de barro. O trem acelerava a curiosidade, tanto quanto a economia daquela vila quase esquecida no oco do mundo.
Mas de repente, o som de um tiro seco ribombeou no ar. Quebrando a normalidade natural daquele acontecimento diário. Em seguida, vários outros disparos puderam ser ouvidos no interior do segundo vagão da primeira classe. Talvez sete ou oito no total... Até hoje ninguém sabe ao certo. Um silêncio quase sepulcral se abateu na plataforma por alguns instantes que pareceram eternos. Somente o roncar da locomotiva um pouco mais a frente estacionada defronte a caixa d’água. Em seguida uma correria...
Vozes diziam tratar-se de uma discussão. Três homens saíram atracados e em seguida correram no sentido contrário do vagão. Uma disparada em direção do armazém e depois para o beco da antiga rua que dava para o cemitério. De súbito, um quarto homem um tanto elegante, rosto jovem e bem tratado. Gestos aparentemente finos, surgiu do segundo vagão da primeira classe. Vestia impecavelmente um terno de linho branco. Olhar altivo. Pisou de modo esquisito e desaprumado o piso, a pedra da estação. Alguns passos apenas e cambaleando fitou a multidão como quem quisesse dizer algo. Não foi possível. Sangrando e com a mão direita colada ao peito chamava baixinho pelo primo. 
O linho branco do seu terno agora começava a se tingir de vermelho. Seus sapatos de cor marrom e bem polidos contrastavam com o vermelho escuro do seu próprio sangue formando poças na plataforma enfumaçada. Era o coronel Isaias Arruda, chefe político, filho da terra. Prefeito da Missão Velha. Alguém logo afirmara em meio a multidão de curiosos. 
Homem afamado em toda região, desde as bibocas à capital do estado. Um líder corajoso e ousado. Devagar caiu ao chão da plataforma ainda com arma intacta junta ao cinto. Não teve tempo sequer de usá-la.
Alguém saindo de dentro do vagão posterior se aproxima dele e forra o chão da pedra com um jornal que lia; edição do dia 3. Seu braço esquerdo e parte superior do tórax estavam em frangalhos. 
Ferimentos gravíssimos provocados pelos vários balanços com que fora atingido mortalmente. E o coronel, mesmo seriamente alvejado, bastante ferido, pronunciou baixinho quase inaudível:
- Os irmãos paulinos me acertaram! 

Eles me acertaram! 
- Mas como é que nem o Viana nem ninguém me avisou que meus inimigos estavam aqui?! 
Oh, Bando de covardes...
E de chofre emendou:
- alguém me chame o farmacêutico!
Foram os Paulinos, eles me acertaram... repetiu: - Bando de covardes!

Outros mais ousados iam  aos poucos  se aproximando da vítima que gemia deitada ao solo da pedra, sobre as folhas do jornal ‘O Ceará’. Enquanto isso, um mais pouco afastado da estação José Vicente ou Nezinho de Milica, dois  primos  saíram em perseguição(ou fugindo) dos irmãos paulinos: Antonio e Francisco, responsáveis pelo atentado.
Foi levado para à residência de Cícero Ferreira do lado do poente  e, em seguida, para a de  Augusto Jucá um antigo amigo morador da rua grande. Isaías foi socorrido. Inicialmente por um farmacêutico prático - o único que existia na cidade. No dia seguinte, bem cedo, dois médicos de Iguatu vindo de trole pela linha da RVC: Antenor Cavalcante e Sérgio Banhos atenderam o coronel. Porém, diante da gravidade dos ferimentos não tiveram como salvá-lo. Sendo que no dia 8 de abril uma quarta-feira às 6h da manhã, quatro dias após ter sido baleado, Isaías Arruda faleceu como que por capricho do destino na terra em que nasceu, foi batizado, cresceu, casou e foi delegado.
Antiga Fazenda Ipueiras do cel. Isaías em dia de Cariri Cangaço

Rumores apontaram ter sido o assassinato uma vingança de Lampião pela suposta traição do coronel um ano antes, durante o célebre “fogo da Ipueiras” (fazenda de sua propriedade) ao lado de Zé Cardoso e o major Moisés Leite de Figueiredo. Além da tentativa de envenenamento do bando lampiônico, em cujo local Virgulino se arranchara por diversas vezes. Ocasião em que o rei do cangaço fugia das volantes, após o fracasso da invasão à Mossoró, arquitetada sob as estratégias de Massilon Leite e financiada pelo próprio coronel.
Mas o certo, segundo se provaria logo depois, foi que os paulinos vingaram o assassinato do irmão mais velho João, morto numa emboscada no serrote d’Aurora pelos jagunços de Arruda no ano anterior.
Terminava ali de modo trágico, na estação ferroviária de Aurora a verdadeira saga de um dos mais temíveis e respeitados coronéis do Cariri - Isaías Arruda de Figueirêdo. Assim como, sua rixa ferrenha contra os irmãos paulinos da Aurora.
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Prof. José Cícero.
Escritor, Pesquisador e Poeta -
Secretário de Cultura e Turismo de Aurora - Ce.
jcaurora.blogspot.com
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  Fotos: arquivo JC
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SERVIÇO:
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em setembro o Cariri apresenta: Palestras:
EM MISSÃO VELHA - ISAÍAS ARRUDA
E EM AURORA  DIA 20 DE SETEMBRO 
19 H- MARICA MACEDO DO TIPI. 
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Por: José Cícero
Foto inédita de Marica Macedo do Tipi
Prefeito Adailton Macedo ao lado do Dr. Vicente Landim
Pracinha em frente a capela no distrito do Tipi
Aquarela do sítio Mel onde viveu o clã da matriarca do Tipi

Aurora reencontrando a sua verdadeira história durante o Cariri Cangaço 2013

Contemporânea da intrépida lavrense Fideralina Augusto Lima, Generosa Amélia da Cruz em Santana do Cariri,  além dos feitos e ações que nos remetem até mesmo à  heroína Bárbara de Alencar -  Maria da Soledade Landim – 'Marica Macedo do Tipi d’Aurora', compôs com folga de mérito e valentia o histórico quarteto  das chamadas matriarcas dos sertões caririenses.   
Nascida no século XIX ao que tudo indica no início de 1865  na Gameleira do Pau  sobre a  serra do Araripe,  região do Jamacaru (bem ao lado da fazenda  Serra do Mato do não menos famoso cel. Santana – conhecido coiteiro de Lampião)  em Missão Velha.
Filha de João Manuel da Cruz(Joca da Gameleira) e de Dona Joaquina de Sales Landim(D. Quininha). Casara pela primeira vez entre 1883-1885 na igreja de Missão Velha com José Antonio de Macedo(Cazuzinha do Tipi)  seu parente. Ambos descendentes dos “Terésios. Em 1891 o casal decidiu  morar em Aurora  comprando a propriedade do sítio Sabonete onde mais tarde se formaria a vila Tipi; local onde  fixaram residência até o fim da vida.
Informações esporádicas dão conta de que era uma mulher de gênio, determinada e de inteligência incomum para aqueles tempos. Além de ousada, perspicaz e valente, notadamente quando se tratava  de defender  posições e  os interesses do seu clã.  Mesmo numa época  em que  imperava a supremacia do sistema patriarcal que, via de regra, relegava à mulher  a uma posição social das mais subalternas.  No mais das vezes, relegada aos afazeres domésticos, conquanto  confinada à cozinha e a criação da prole.
De tal forma que, qualquer tentativa de se contrariar  o velho padrão era encarado quase como  um sacrilégio. Porém,  com Marica do Tipi, o que  até então era tido como  regra,  acabou dando lugar à exceção. Pelo menos por aquelas bandas do sertão do Ceará... E assim foi que ousou, desafiou e se impôs do seu modo particularmente austero e imperativo ao status quo vigente. 
Por sua coragem e valentia  de autêntica ‘amazonas sertaneja’, logo se tornou conhecida, influente e respeitada  por todos os quadrantes do Cariri e  região circunvizinha. Tanto que, ainda hoje alguns historiadores a denominaram de “a coronel de saia” ou simplesmente de ‘a brava sertaneja de Aurora’.
A força do seu nome, portanto foi muito além  do riacho do Tipi de onde construiu o seu  poder, que além de político era alicerçado no latifúndio, no criatório de gado,  lavoura  de milho, algodão, casa de farinha e  engenho de rapadura. Gostava de  ideias  novas e pioneiras. Como por exemplo, quando Antonio Macedo (seu filho), assumiu a prefeitura em 1919 ela ordenou que o município fosse divididos em quatro partes  no sentido de facilitar   administração. Cabendo a ela própria gerir os problemas e os interesses da região que ia do sítio Cobra, Sabonete, Mel e Tipi até à fronteira com a Paraíba. Há quem diga, que fizera  uma excelente administração.
Da casa grande, quanto   da bagaceira do eito dava ordens  aos seus comandados com  a mesma autoridade e energia dos coronéis  do seu tempo. Suas determinações, portanto, tinham verdadeira força de lei. Tornando-se, por conseguinte, uma mulher de invejável poder e respeito não somente no que tange às questões familiares, como inclusive  na política aurorense onde se pontificou por vários anos não, diretamente, mas através de filho,  parentes e aliados.
Esteve no centro de questões emblemáticas, a exemplo do chamado “fogo do Taveira” que redundou  na invasão e saque de Aurora em 1908 por mais de 600 jagunços sob o comando de Zé Inácio do Barro ante os auspícios de quase todos os coronéis da região. Ocasião em que foi deposto  por meio das balas o então intendente municipal Antonio Leite Teixeira Neto(Totonho de Monte Alegre), substituído que foi pelo fiel aliado de Marica, o cel. Cândido do Pavão. 
Um episódio que, de tão marcante e violento ainda hoje ocupa lugar de destaque tanto na crônica historiográfica, quanto nos anais da história do Cariri, do  Ceará e do Nordeste.
O  tal  “Fogo do Taveira” aconteceu  entre os dias  16 e 17 de dezembro de  1908 no sítio Taveira de Aurora, situado já nos limites de Milagres contíguo ao Barro.  Cerrado tiroteio quando foi morto o filho mais novo da matriarca - José Antonio de Macedo(Cazuza) de apenas 14 anos sendo também alvejado o proprietário da casa.  
Coincidentemente,  naquele mesmo dia fatídico e  na mesma ribeira, acontecia a  polêmica demarcação das célebres  minas do Coxá pertencentes ao padre Cícero Romão Batista. Por sinal, objeto de disputa entre o sacerdote do Juazeiro e pequenos sitiantes do lugar. O que decerto, contribuiu  muito mais para o acirramento dos ânimos entre a gente do coronel Totonho de Monte Alegre, Marica Macedo, Zé Inácio do Barro e coronel Domingos Furtado de Milagres.
Sabendo disso, Marica   solicitou ajuda a Floro Bartolomeu que se encontrava nas imediações do sítio Maracajá(Pavão) liderando um  grupo de jagunços armados até os dentes. Contudo, não querendo participar diretamente do conflito, o representante do padre Cícero apenas usou do seu prestígio junto ao então governador do estado -  Nogueira Acióli que  ordenara a retira imediata do destacamento policial que dava apoio ao cel. Totonho. O que facilitou ainda mais a estratagema para  a invasão e deposição do então intendente municipal.  
Assim, o 'fogo do Taveira' representou  o verdadeiro estopim para a invasão e saque de Aurora, pela jagunçada coronelista  a mando dos maiores potentados  da região. Em cumprimento ao pedido de Marica. Como era comum  naquele tempo, todos os grandes coronéis, invariavelmente, possuíam  seus grupos particulares de jagunços e cangaceiros.
O fato predito culminou com   a deposição forçada do então intendente Cel. Antonio Leite Teixeira Neto(Totonho de Monte Alegre) que aliás, parente de Marica Macedo.  Sendo em seguida colocado em seu lugar o cel. Cândido do Pavão, por seu turno, rendeiro-mor e amigo do padre  Cícero, além aliado incondicional da matriarca do Tipi.  
Quando  viúva, casara  pela segunda vez em 1906   com o barbalhense Antonio Abel de Araújo.   Mandona e dominadora, dizem que não costumava levar desaforo pra casa. Nada acontecia na Aurora do seu tempo, quer seja  na política quanto nas questões mais comezinhas que não fosse do seu inteiro conhecimento. Influente e respeitada era de fato uma grande liderança. Ao passo que também, tinha a força de juiz, prefeito, delegado, assim como senhora de engenho e conselheira familiar. Uma mulher sertaneja que, dentre outras qualidades, se notabilizou  sobretudo por está muito além do seu tempo...  
Morreu supostamente de ataque cardíaco em 6 de janeiro de 1924 na residência de sua filha, localizada  a rua José dos Santos, na beira fresca de Aurora.
  Tema do Cariri Cangaço 2013  em Aurora:
  
Na noite do próximo dia 20 de setembro durante o seminário Cariri Cangaço 2013 em grande estilo Aurora celebrará pela terceira vez, tanto à memória quanto o resgate desta palpitante  história  protagonizada  por  Marica Macedo,  quando se comemora a passagem dos  148 anos do seu nascimento.  
A palestra ficará por conta do seu neto, o Dr. Vicente Landim de Macedo residente na capital federal e presidente de honra da AFA-Brasília*. Indubitavelmente, um momento dos mais afirmativos em que a população aurorense será convidada a conhecer um pouco mais  acerca da história de uma das mais célebres mulheres do Cariri e do Nordeste brasileiro.  
Um instante de verdadeira celebração da geração do presente  com  alguns  dos grandes acontecimentos do seu passado.  
Por fim,  um verdadeiro brinde ao resgate e a preservação da  memória histórica de Aurora, do Cariri e do Nordeste.
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Prof. José Cícero
Secretário de Cultura e Turismo.
Pesquisador do Cangaço
e Conselheiro do Cariri Cangaço.
Aurora – CE.
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Obras Consultadas:
Aurora, História e Folclore – Amarílio Gonçalves Tavares
Marica Macedo, a brava sertaneja de Aurora – Vicente Landim de Macedo.
Matriarcas do Ceará(Papéis Avulsos) – Raquel de Queiroz e Heloísa Buarque de Hollanda.
Estirpe de Santa Tereza – Joaryvar Macedo.
Venda Grande d’Aurora – João Tavares Calixto Jr.
Império do Bacamarte – Joaryvar Macedo.
Revista Aurora – jc: edição 2007.
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SERVIÇO:
SEMINÁRIO CARIRI CANGAÇO 2013! 

AURORA:

Dia 20 de setembro de 2013 
TEMA: “Marica Macedo do Tipi – Sertaneja d’Aurora, Matriarca do Cariri”.

Dr. Vicente landim de Macedo.  
Neto de Marica, Presidente de Honra da AFA-Brasília.
Secult-PMA. 
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Casal de Francês visita sede da Secult para conhecer obra de Cizim d'Aurora

Direita:  Cizim, Marie Christine,  José Cícero, Mª Helana e Oussama Cherief

No final da manhã desta terça-feira(13) estiveram visitando a sede da secretaria de Cultura e Turismo do município os  entusiastas franceses da arte popular Drª Marie Christine Laznik e o esposo Oussama Cherief (residentes na França e no Marrocos). Ambos ciceroneados pela barbalhense residente em Fortaleza a professora da UFC Maria Helena Cardoso(ver fotos).  Os mesmos vieram à Aurora para conhecerem de perto o escultor filho da terra Cícero Simplício do nascimento (o Cizim), assim como um pouco mais da sua produção artística especificamente no gênero da escultura em madeira. 
Para Marie Christine, a obra de Cizim lhe foi apresentada há muitos anos no Rio de Janeiro pelo famoso paisagista  Roberto Burle Marx, assim como por meio da pintora cearense, colecionadora de arte  Heloísa Juaçaba - que igualmente adepta do  trabalho de Cizim muito ajudou a divulgar a sua obra pelo Brasil e pelo mundo afora. Disse ainda que, o mestre Burle Marx tinha uma grande vontade de conhecer o artista aurorense, mas faleceu antes da realização deste sonho. Segundo Christine, um dia  Burle Marx a confidenciou diante de uma obra(Nossa Senhora) de Cizim que, em se tratando do estilo; depois  do mineiro Aleijadinho, o aurorense é maior do gênero atualmente. 
Opinião que também foi muitas vezes corroborada pela própria Heloísa Juaçaba. "Vimos à cidade de Aurora com o objetivo de conhecer pessoalmente Cizim e sua  obra de arte", disse ela.  
Além da sede da Secult onde se encontram expostas várias peças de artes de Cizim, assim como de vários outros escultores da terra, o casal também estivera na residência do secretário de cultura José Cícero no Araçá. Oportunidade em que também apreciaram obra raras de Cizim d'Aurora, dos seus filhos Painha e Zomim, como também de outros artistas aurorenses tais como: João Paulo da Ingazeiras, Calistênio do Angico, Gil Chagas e Joanita.
O distinto casal  estará retornando amanhã  para à França e Marrocos de onde  manterá contatos com o secretário de cultura de Aurora no sentido de providenciar futuras obras(esculturas) que deverão ser enviadas sob encomendas para à Europa. Ambos ficaram bastante impressionados com toda a beleza artística verificada na obra popular e rudimentar do escultor aurorense.
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Da Redação do Blog de Aurora e da Secult.

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