O Seminário do Centenário de Maria Bonita teve um dia intenso na região do Baixo São Fancisco quando os estudiosos, escritores e pesquisadores do cangaço foram recepcionados pelos municípios de Piranhas em Alagoas e Canindé do São Francisco, em Sergipe.
Na chegada a Piranhas, no início da manhã, a recepção calorosa de José Cláudio (Cacau), Secretário de Cultura e Turismo e de Jairo Luiz, Diretor de Cultura da Prefeitura de Piranhas.
Promovido por esta Prefeitura, todos fizeram um o mesmo trajeto que as volantes, na noite do dia 27 de julho até chegar a Grota de Angico, onde, no amanhecer do dia 28 Lampião e Maria Bonita foram emboscados pela volante do Tenente João Bezerra e morreram, junto com mais nove cangaceiros e o soldado Adriano, este “morto pelo fogo amigo, da própria volante”, como assegura o pesquisador Jairo Luiz.
O agradável passeio de Piranhas, até à entrada da trilha que leva à Grota do Angico, trecho de cerca de 8 quilômetros, foi feito em quatro embarcações, uma chamada Lampião, outra chamada Volante e dois outras embarcações menores chamadas de voadoras. Dali, onde existe um bom restaurante regional, os pesquisadores fizeram a Trilha da Grota do Angico, com 800 metros até o local onde foram mortos os cangaceiros.
Para a maioria dos pesquisadores e escritores este cenário já é velho conhecido pois ali já estiveram mais uma dezena de vezes. Outros, que ali estavam pela primeira vez, não se cansavam de fotografar, de fazer perguntas, de espalhar os olhares como imaginando o acontecido naquela madrugada de 28 de julho.
Embora com menos de um quilômetro o trajeto é árduo, tem subidas muito íngremes e exige grande esforço o que não impediu que sertanejos com Alcino Costa, de 70 anos, poeta, historiador, escritor, radialista, compositor, ex-prefeito de Poço Redondo, onde nasceu, voltasse, pela enésima vez a este cenário, localizado no seu município, Poço Redondo. Autor de vários livros sobre o cangaço, Alcino é figurinha carimbada em todos os eventos sobre o tema e foi um dos palestrantes da noite, no Clube Altemar Dutra, na cidade de Canindé do São Francisco, nesse dia, 24 de março.
No retorno à Piranhas, todos foram recepcionados pela Prefeita de Piranhas, Melina Torres com um lauto almoço no Restaurante Lampião, às margens do rio São Francisco, na aconchegante Piranhas.
Depois, no auditório municipal Miguel Arcanjo Medeiros, foram realizadas duas palestras. Uma, proferida pelo anfitrião, Diretor de Cultura de Piranhas, escritor, turismólogo, pesquisador Jairo Luiz destacando o crescimento do município de Piranhas a partir do turismo com destacado foco no cangaço. O outro palestrante foi João de Souza Lima que destacou a figura de Maria Bonita “que, antes de ser conhecida como a Rainha do Cangaço, foi uma criança como todas as outras de sua pequena Malhada da Caiçara, foi uma adolescente que, certamente, teve os mesmos sonhos de todas as mocinhas desta idade e foi uma mulher que, ao entrar no cangaço, mudou os hábitos dos homens rudes que faziam os bandos de cangaceiros”.
A tarde do dia 24 de março de 2011 em Piranhas pode ser considerado o início da reação dos estudiosos do cangaço para a busca de maior atenção e mais investimento em pesquisa sobre tema tão fantástico.
agressiva por parte do SBEC, do Cariri Cangaço e de outras instituições nordestinas na busca desse reconhecimento partiu de pronunciamento do José Cícero, Secretário de Cultura do município de Aurora, na região do Cariri, no Ceará. Foi endossada pelo Padre Celso da Anunciação que propôs a criação de uma instituição nessa região são franciscana “independente do poder público”, para também consolidar ações no fortalecimento desta causa.
Em Canindé do São Francisco, a comitiva de estudiosos do cangaço também foi muito bem recebida. A coordenação da programação ficou a cargo da competente Roza Góis, diretora do Departamento de Indústria e Comércio, órgão da Secretaria de Desenvolvimento e Turismo de Canindé do São Francisco, esta, gerenciada por Silvinha que estava viajando mas foi representada por Genilton Rodrigues, Diretor de Eventos da Prefeitura de Canindé.
Ali se apresentou o grupo cultural Canindé em Cena com a participação especial dos meninos do Peti, numa encenação sobre o cangaço vista inclusive de um ângulo inusitado, com atores e atrizes em cima de pernas de pau. Aplaudidos de pé pela platéia empolgada formada por turistas que visitavam a cidade, e alunos da Escola Municipal Santa Luzia, acompanhados pela Professora Quilvia.
Três palestrantes fizeram vibrar os assistentes com a segurança de suas informações. Inácio Loiola, Deputado Estadual de Alagoas, deu uma aula de história sobre fatos que marcaram a região com a passagem de cangaceiros, coiteiros, canoeiros, volantes, que e deixaram histórias dramáticas, pitorescas e até inusitadas tendo como pano de fundo o cangaço.
Alcino Costa discorreu sobre fatos também marcantes para a região, especialmente para Poço Redondo, sua terra natal e Paulo Gastão, tido por muitos como “guru” na sua iniciação no estudo do cangaço, sintetizou o que se falou sobre o tema e exortou aos “estudantes a aprofundarem seus estudos nessa temática que ainda tem muita coisa a revelar, dentre elas, merece um estudo muito profundo sobre a Baronesa de Água Branca, aqui desta região”.
Antonio Galdino Deputado alagoano e historiador Inácio Loiola fez aplaudida palestra em Canindé
A Prefeitura de Canindé ofereceu um lauto jantar regional, com carne de sol, inhame, macaxeira, cuscuz com leite e queijo de coalho, aos palestrantes e convidados no Restaurante Dom Francisco.
Fonte: Folha Sertaneja
www.folhasertaneja.com.br
No comments:
Post a Comment