Friday, July 8, 2011

A Lenda de Vicente Finin e O último Apito, dois curtas que serão exibidos no pátio da Seculte-Aurora na noite do dia 15



Secretaria de Cultura de Aurora estreará dia 15 dois filmes com temáticas locais dentro do Projeto Cine-Sertão, afirma secretário.

Já em fase de finalização o curta-amador - “A triste lenda de VICENTE FININ – O Filme”, produzido em Aurora por atores e atrizes que integram a Cia de Teatro da Seculte-Aurora, deverá ter sua exibição de estréia durante o primeiro dia de festa dos filhos e amigos de Aurora, pelo menos é o que informa o secretário de Cultura local José Cícero.

“Estamos dando todo o apoio possível a esta produção, que mesmo sendo uma experiência extremamente amadora só vem mais uma vez evidenciar o que nós já sabemos – Aurora é de fato, um celeiro de potencialidades nos mais diversos ramos das atividades artísticas”, disse.

O filme aurorense resgata uma das estórias mais populares dos sertões caririenses, que até hoje mesmo despois de tanto anos ainda não sabemos ao certo quando esta lenda surgiu. Uns dizem que a estória verdadeira nasceu na zona rural de Brejo Santo, Missão Velha, entre Aurora e Caririaçu, na região do Exu-Pe, ou ainda em Barbalha. Portanto, sua origem é um verdadeiro enigma, tanto quanto a veracidade dos fatos que decorreram por conta da força da oralidade popular dos sertanejos.

Trata-se de uma 'mentira que um tal menino de nome Vicente inventara para seu pai contra sua mãe quando transportava o almoço para o pai que se encontrava no roçado. Depois de todo o desenrolar... O pai assassina a esposa por conta do “falso” levantado pelo jovem Vicente contra a sua própria mãe e esta antes de morrer lhe “joga” uma praga pela mentira. O mesmo( o finin) iria virar bicho pelo resto da vida a cada mês por sete noites e sete dias. E conforme os relatos dos mais antigos o fato aconteceu de verdade. Alguns sustentam até que o conheceu em carne e osso. Outros que o "toparam" correndo bicho, como foi o caso do Seu Chico hoje morador da rua Marica Leite que jura que o viu numa noite correndo pelas estradas desertas do Jatobar nos idos dos anos 50.

Os atores aurorenses tentam a seu modo retratar diante das câmaras um pouco desta narrativa inusitada que há muito tem povoado de mistério, temor e medo o imaginário coletivo de gerações inteiras pelos sertões adentro, ao ponto de chegar até os dias atuais. Se Finim existiu de verdade isso pouco importa, o que vale mesmo é toda a repercussão da sua estorieta que mexeu com muitas gerações de uma passado distante. "Penso que isso é o que torna este curta palpitante e curioso. Um verdadeiro estágio de expectativa para vê-lo no seu todo. Esperemos a sua "van premier" neste dia 15 numa noite quem sabe com a presença, agora certa, do agora decano Vicente Finin", enfatiozu.

O segundo filme que integrará o programa Cine-sertão da Seculte-Aurora é um documentário produzido pelo cineasta fortalezense Aderbal Nogueiro, intitulado de - “O último Apito” que aborda de modo realista e sentimental um pouco da história da estrada de ferro e das estações ferroviárias do Ceará hoje no seu mais completo estado de abandono. São relatos comoventes de ex-ferroviário e de pesquisadores convidados. Um filme que tem a capacidade de mexer profundamente com nossos sentimentos mais recônditos, disse José Cícero.

"Confesso que ao assistir os depoimentos e o choro de alguns dos personagens reais do documentário eu também me emocionei desmedidamente. Isso porque também nasci e adolesci praticamente correndo, brincando e jogando bola à margem da linha férrea. Quase tudo no meu tempo de menino estava de certo modo ligado as idas e vindas do trem. Minha casa, minha escola, meu campinha da várzea, as brincadeiras de esconde-esconce nos vagões de ferro. O gesso, o açucar, o combustível que tiravamos para pôs nos candeeiros, o pregos, os bigus nos troller, a feira-livre de bebidas e comidas na estação, a festa da espera do terem da feira e por aí vai. O trem passava literalmente duais ou três vezes por dia no meu quintal. De modo que esta história faz parte da minha memória afetiva. “Quem viveu aquele tempo e não é de ferro, não tem como agüentar impassível as imagens e as narrativas trazidas pelo ùltimo Apito. Por tudo isso presumo ser impossível não sermos tocados pela saudade após assistirmos um filme deste naipe tão realista e tocante. O último apito é um espinho de mandacaru tocando fundo o nosso passado e as nossas lembranças mais sentidas de um tempo bom e romântico que não volta mais... traz em suas imagens. Este é um filme que temos que assistir várias vezes.

Diria que algo que denuncia e incrimina todos os políticos que um dia fizeram este verdadeiro crime de lesa-pátria quando propuseram o fim do trem. Um filme que todos os políticos contemporâneos deveriam assistir para que nunca mais (como os do passado) se deixem ser tocados por esta insensatez sem tamanho. Uma pilhagem ao nosso patrimônio. Para que nunca mais possam repetir esta vergonha que foi a interrupção das atividades ferroviárias.Afinal de conta, após o filme todos haveremos de perguntar: a quem por acaso interessou o fim do transporte ferroviário? Por sinal, de modo bem sugsetivo o filme se encerra com o termo na interrogação - O Fim? O futuro talvez nos dirá se de fato fora o fim..."

O último apito levou dois anos para ser finalizado e traz um pouco do assassinato do Cel. Izaías Arruda na estação de Aurora, fato ocorrido em 1928, a partir de entrevista com José Cícero realizada na cidade de Paulo Afonso na Bahia no começo do ano quando do Centenário de Maria Bonita.

Os dois filmes serão exibidos no pátio da Secretaria de Cultura de Aurora, com entrada franca, mas as vagas deverão ser limitadas por conta da questão de espaço. O pensamento da Seculte é estender o programa Cine-sertão para as praças públicas da cidade, distritos e zona rural com exibições que retratem o cotidiano e a história regional, local e nacional. “Não resta dúvida de que o cinema se constitui como uma importante ferramenta de educação popular. Razão pela qual estamos convictos de que este projeto será mais uma empreitada de sucesso, explicou o secretário.

É pensamento de JC convidar todos os ex-funcionários da Reffsa que ainda residem em Aurora para comporem a linha de frente diante da tela.

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