Com o falecimento de Cláudio Pereira na madrugada da última quarta-feira dia 12 não apenas Fortaleza, mas todo o Ceará ficara mais pobre, sobretudo no que tange ao seu movimento artístico e cultural. Visto ter sido ele, durante toda sua vida um ativista e agitador cultural dos mais conceituados do Nordeste.
O velho Cláudio era cadeirante havia mais de três décadas em decorrência de um grave acidente automobilístico. Mas esta condição nunca o impossibilitou de fazer o que mais gostava: cultura, amizade, noitadas e boemia. Era, com todas as letras um cidadão do mundo que sempre se situou muito além do seu tempo.
Uma das figuras públicas e culturais das mais amadas e conhecidas da capital alencarina. Dono de uma inteligência prodigiosa, mas foi o seu carisma, esforço e bondade quem mais o tornara grande, principalmente pela imensa plêiade de amigos e, simpatizantes das suas idéias ante a ousadia da sua luta.
Morreu o homem. Um cidadão do bem. Um gigante que sempre travou o bom combate em favor do belo e da cultura do mundo em geral como a cearense em particular. Suas idéias eram quase sempre de um autêntico revolucionário por tudo que realizou, plantou, sonhou e vivenciou suas utopias. Cláudio Pereira um lutador. Um desprendido que abraçou a causa cultural do Ceará e da sua Fortaleza como quem ama com todas as suas forças e vive uma paixão ardente e imorredoura. Claudio Pereira – um ativista cultural de primeiríssima grandeza. Jardineiro cearense da beleza e das artes como sendo rosas plantadas e regadas com o suor do rosto e acariciadas com os calos das mãos.
Nunca estive com ele, frente a frente. Mas o lia quando via seus feitos pela imprensa na época que ocupara o cargo de presidente da Fundação Cultural de Fortaleza. Era eu um assíduo leitor do seu informativo semanal sendo inclusive, classificado em dois dos prêmios Literários organizados sob seus auspícios a frente da FCF, compondo, por conseguinte, em duas edições sucessivas as antologias poético-literárias do evento.
Agora com a sua partida, cresce em nossos corações de entusiastas do fazer cultural uma lacuna enorme, uma saudade eterna.
Se é verdade que as idéias nunca morrem nem sucumbem por completo, diria que o velho Pereira continuará para o todo e sempre entre nós. Viva Cláudio Pereira; um homem íntegro e diferente de pura exceção...
(*) Prof. José Cícero
Pesquisador, Escritor e Poeta.
Secretário de Cultura - Aurora/CE.
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